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Sorte, superação e nova vida: minha jornada contra o câncer de mama

Escrito por Ana Lúcia Roth, COO da ehDoc.


Quando recebi o diagnóstico de câncer de mama, senti como se o chão tivesse desaparecido sob meus pés. O medo, a incerteza e o sentimento de vulnerabilidade me dominaram. Eu sabia que minha vida mudaria para sempre. Enfrentar o câncer parecia uma batalha gigantesca, mas, ao mesmo tempo, havia uma chama de esperança, como se a vida estivesse me oferecendo uma nova oportunidade – como se eu tivesse a sorte de ganhar na Megasena, mas com um prêmio muito mais valioso: a própria vida.

 

Nos primeiros momentos após o diagnóstico, tudo parecia flutuar ao meu redor. As palavras do médico sobre exames, cirurgias e tratamentos soavam distantes. Absorver o fato de que o câncer – algo com o qual já estava familiarizada ao cuidar do meu pai e da minha mãe – agora fazia parte da minha própria vida, foi um golpe devastador. A ideia de como isso mudaria minha rotina, meu corpo e, acima de tudo, meu futuro, era assustadora.

 

Os primeiros dias trouxeram uma decisão difícil: com quem compartilhar essa notícia? Meu pai estava em fase terminal de câncer. Como contar a ele, que celebrava cada dia de vida, que eu também estava enfrentando essa doença? Decidi não dividir essa informação com ele, nem com aqueles que poderiam, mesmo sem intenção, tocar no assunto. Havia um peso em não compartilhar, mas eu precisava ser forte por eles. Encontrei apoio nos amigos e na “família” que Deus colocou em meu caminho. Eles foram incansáveis em tornar meus dias mais leves e felizes, ajudando-me a superar essa etapa sem a necessidade de acalmar e preocupar meus pais.

 

Minha relação com o corpo passou por uma transformação. O corpo que antes eu talvez não valorizasse tanto passou a ser um ponto central de reflexão. Após a cirurgia, encarar as cicatrizes foi difícil. Inicialmente, elas eram um lembrete constante de tudo o que enfrentei. Mas, com o tempo, tornaram-se símbolos de força e superação. Hoje, elas me lembram diariamente que sou capaz de vencer grandes obstáculos. São marcas de sorte e coragem, troféus de uma batalha árdua, mas vitoriosa.

 

Agora, em 2024, cinco anos depois daquele diagnóstico, sinto uma profunda renovação. Quando olho para trás, vejo que esses anos foram de reconstrução – não só do meu corpo, mas também da minha vida e da minha alma. Sinto-me mais forte, mais determinada e com uma nova visão sobre o que significa viver. Esses cinco anos são um marco, um ponto em que posso olhar para minhas cicatrizes e pensar: “Eu venci.”

 

Essa nova fase da minha vida trouxe um propósito transformador. Investir na ehDoc Telehealth foi minha maneira de canalizar essa experiência para ajudar outras pessoas que enfrentam o câncer ou outras doenças crônicas. Esses cinco anos me ensinaram que a vida, apesar das cicatrizes, pode ser ainda mais vibrante e cheia de propósito.

 

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1 Comment


Márcio Schweig
Márcio Schweig
Oct 10, 2024

Show Ana. Também tive um câncer e sei como é. Temos que celebrar sempre a vida.

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